CURIOSIDADE BÍBLICA: VIDA DO APÓSTOLO PAULO.
Saulo, um vaso escolhido
A conversão de Saulo foi o maior acontecimento da historia da Igreja, depois do Pentecoste.
Na ultima aula vimos que a perseguição atua enquanto Deus permite, sempre com o sublime propósito de atrair os cristãos à santidade. No momento em que o Todo-poderoso acha conveniente suspendê-la, ela cessa e vem o tempo de refrigério para a Igreja. Na atualidade, nós, brasileiros, gozamos da total liberdade de se pregar o Evangelho.
Saulo, antes de ser transformado pelo poder de Deus, por causa de seu zelo religioso, pois pertencia ao farisaísmo, a principal seita dentro do Judaísmo, tornou-se um dos principais perseguidores dos cristãos. Mas, naquele encontro que teve com o Filho de Deus, converteu-se ao Evangelho e tornou-se o grande apóstolo dos gentios.
O apóstolo Paulo já havia sido escolhido por Deus desde o ventre de sua mãe. No entanto, Jesus esperou o tempo certo, depois que ele perseguiu tanto os cristãos, para mostra-lhe o seu poder e o quanto era necessário padecer pelo seu nome. Transformado, tornou-se missionário entre os gentios.
Cerca de um ano após a morte de Estêvão, acontece a conversão de Saulo de Tarso. Chama-nos a atenção o grande poder de Jesus e a sua imensa graça. O nosso general precisava de um capitão em seu exército, e foi buscá-lo nas fileiras do Inimigo, transformando-o pelo poder sobrenatural do Espírito Santo, lapidando-o e preparando-o para ser o apóstolo dos gentios.
QUEM ERA SAULO DE TARSO?
1. Antes de sua conversão. Tudo que sabemos dele encontramos em Atos, nas suas epístolas e em 2 Pedro 3.15. No entanto, possuímos mais dados sobre a vida de Paulo do que acerca de qualquer um dos outros apóstolos. Seu nome hebraico é Shaul, o mesmo nome do primeiro rei de Israel, que significa "pedido". Seu nome romano é Paulus, que significa "pequeno". Nasceu em Tarso, grande centro cultural da Cilícia, mas foi criado em Jerusalém, aos pés de Gamaliel (At 22.3; 26.4) e herdou de seu pai a cidadania romana (At 16.37; 21.39; 22.25).
2. Sua aparência física. Muito se tem discutido sobre a sua aparência física, mas a Bíblia nada fala a respeito. O que se costuma dizer em nosso meio é proveniente da tradição que, seguindo a obra apócrifa Atos de Paulo, escrita na segunda metade do segundo século, diz: "E viu Paulo se aproximando, um homem pequeno de estatura, com cabelos ralos na cabeça, torto de pernas, o corpo em bom estado, com sobrancelhas ligadas, e nariz um tanto convexo, cheio de graça, pois algumas vezes ele se assemelha a um homem e algumas vezes tem o rosto de um anjo".
3. O inimigo implacável do Cristianismo (v. 1). Como membro do Sinédrio, tinha direito a voto (At 26.10). Por isso, votou a favor da morte de Estêvão. Antes de sua conversão, é mencionado três vezes (At 7.58; 8.1,3) como inimigo implacável da Igreja. A sua perseguição era tão feroz que procurava os discípulos até em suas casas, arrastando impiedosamente até as mulheres, encerrando-os no cárcere. Diz o versículo 1: "E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor". Isso o revela como um animal devastador, feroz e indomável. Ele mesmo declarou: "encerrei muitos dos santos nas prisões, e quando os matavam, eu dava meu voto contra eles" (At 26.10).
O QUE PAULO REPRESENTA PARA O CRISTIANISMO?
1. O apostolado entre os gentios. A visão de Paulo, no ministério entre os gentios, compartilhada com Barnabé, o tornava "progressista" para a sua época, no mundo judaico, e da mesma forma, as suas doutrinas para os padrões sociais do mundo greco-romano. Ele se tornara o principal representante da nova religião revelada. O seu conceito da divindade contrariava frontalmente as religiões politeístas de seus dias. A nova compreensão sobre o Messias mudou radicalmente sua vida e contrariava, não o Antigo Testamento, mas o que o Judaísmo pensava a respeito do Libertador.
Paulo considerava os judeus e gentios na mesma situação. Em Romanos, capítulo primeiro, ele descreve a depravação dos gentios. No segundo, a incredulidade e desobediência dos judeus. No terceiro, põe os dois povos no mesmo bojo: "Todos pecaram" (Rm 3.23). Diante disso, levou avante a ordem de Jesus: "Por que hei de enviar-te aos gentios de longe" (At 22.21).
2. As missões. Com resultado das quatro viagens missionárias de Paulo, surgiram as igrejas da Ásia e Europa. A ele deve-se a expansão do Cristianismo. Suas estratégias missionárias são ainda hoje o modelo para nós. Nenhum homem fez pelo Evangelho o que ele realizou, exceto o próprio Salvador Jesus Cristo.
3. As epístolas. São o maior tesouro que Paulo deixou para a Igreja. São frutos de suas experiências e trabalhos, na direção do Espírito Santo. Seus escritos ocupam um terço do Novo Testamento. Sem as suas cartas, o Cristianismo poderia ser uma mera seita do Judaísmo.
CONCLUINDO
O ministério de Paulo entre os gentios, suas viagens missionárias e as epístolas escritas, o tornam o maior herói do Cristianismo. Seus exemplos devem ser seguidos pelos obreiros (1 Co 11.1) e seus ensinos obedecidos por todos os cristãos. Suas ideias continuam vivas e atuais, porque foram inspiradas pelo Espírito Santo para a Igreja em todas as épocas. Os perseguidores dos cristãos sempre agiram movidos pela ignorância, pois julgavam que prestavam um excelente serviço a Deus ou ao regime político de seu país. No entanto, muitos deles, quando perceberam o erro que cometeram, converteram-se a Cristo e tornaram-se uma bênção ao Evangelho. Se Saulo tivesse a certeza, antes de iniciar a perseguição aos cristãos, que Jesus havia ressuscitado, jamais teria se levantado contra o povo de Deus. Portanto, agiu por ignorância e pelo seu sentimento religioso. Por isso, Jesus o perdoou e transformou-o no grande apóstolo dos gentios. Nenhum cristão, até o momento, submeteu-se ao sofrimento experimentado pelo apóstolo Paulo, após se converter ao Evangelho. Por isso, jamais murmuremos, quando vier a perseguição, pois, com certeza, o motivo de sua manifestação é o de gerar a paciência, virtude tão necessária aos filhos de Deus.
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