Ex-boêmio, ator de Segundo Sol revela por que se afastou das baladas
Cacau (Fabiula Nascimento) vai recontratar Agenor a pedido de Nice (Kelzy Ecard)
Aos 73 anos, Roberto Bonfim afirma que hoje em dia é um homem caseiro. Só sai à noite se for para dançar, e olhe lá. No passado, era muito diferente. "Fui da esbórnia, da pesada. Mas, desde que se instituiu a cocaína, a noite passou a ser ruim. Quando a gente era só bebum, era muito engraçado. Aí veio a cocaína, e as pessoas passaram a ficar agressivas, não ouviam mais umas às outras. Ficou desagradável e fui me afastando", conta.
Ele também afirma que a maturidade mudou seu comportamento. Atualmente, a sua "vibe" é fazer um churrasco para papear com os amigos, quando sobra um tempo, ou colocar o pé na estrada para tomar banhos de cachoeira cada vez mais longe.
"Tenho vontade de ir de carro até as Guianas [América do Sul, ao norte do Brasil]. Gosto de conhecer o Brasil todo pelo chão", conta o ator. É isso que o veterano pretende fazer a partir de novembro, quando terminarem as gravações de Segundo Sol.
No papel do machista Agenor, ele diz que está colocando o dedo em uma ferida. "Quem não conhece um troglodita desse? Tem pessoas que acham que é coisa lá do fundo do Brasil, mas não é. Tem gente assim aqui do nosso ladinho. Gosto de fazer e de ver a reação. Suscita muito a discussão em torno desse assunto."
Para
o ator, o garçom é um homem pré-histórico. Ele diz que não tinha a
dimensão do que Agenor iria aprontar quando foi escalado. "Não podia imaginar que ele chegaria ao ponto de sabotar a mulher. Calculava que era um bruto, tosco, um homem que sofreu na vida, que veio lá das palafitas da Bahia", comenta.
O ator não torce por redenção nem acredita que Agenor vai mudar, como ele fará sua mulher acreditar após ser demitido do restaurante de Cacau (Fabiula Nascimento). O intérprete de Agenor acha que o personagem é um homem sem instrução e que não saber fazer uma autocrítica.
O veterano quer mais é que Nice (Kelzy Ecard) dê um basta no casamento.
"Antes era agressão verbal, mas ele já ameaçou levantar a mão para ela. Já tive vizinho que era assim. Morava no andar de baixo, e eu percebia que a briga começava, e ele aumentava o tom de voz e começava a dar porrada. Até que teve um dia que eu desci e tinha um monte de vizinhos na porta sem querer se intrometer. Eu bati e disse para a mulher. 'Se a senhora quiser, eu chamo a polícia, tiro a senhora daqui'".
Recalcados
O desfecho dessa história é que a vizinha não quis ir com o ator. Depois, o próprio condomínio mandou o casal embora. "Eles tiveram de se mudar. Tem muito Agenor por aí, a discussão fica mais interessante quando você pensa nessa mulher que fica dependente do marido e que muitas vezes não têm para onde ir. Ele exerce um poder. São uns caras frustrados e recalcados."
No começo da novela, Bonfim disse que seu personagem era um homem escroto. Ele afirma que essa ainda é a melhor definição para seres como o Agenor. Depois de fingir que está arrependido por boicotar a comida de Nice, o mau-caráter vai conseguir voltar a trabalhar no restaurante de Cacau.
Além de cuspir em um prato que dará para a patroa, mais para frente ele ainda tentará roubá-la. O veterano revela uma coisa que quer para o machista. "Se eu conseguir botar o personagem no último capítulo, é sinal que ele pegou significância no processo", fala Bonfim.
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Alexandrepfilho Via Notícias da TV
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