12 curiosidades sobre escolas de samba do Rio de Janeiro - Guia dos Curiosos
1. Em 1928, o compositor Ismael Silva reuniu os principais sambistas do bairro carioca do Estácio. Eles formavam uma roda de samba em frente à antiga Escola Normal. Foi por isso que o grupo se auto-denominou “escola de samba”. Fundada oficialmente em 12 de agosto de 1928, ela foi batizada de Deixa Falar, que se tornaria Unidos de São Carlos e, a partir de 1984, Estácio de Sá. Seus integrantes se apresentavam como os “professores do samba”. A Deixa Falar já apresentava o casal que empunhava a bandeira do grupo, conhecida como pavilhão. O mestre-sala e a porta-bandeira são remanescentes dos antigos ranchos, grupos anteriores à escola de samba. Os ranchos desfilavam com o baliza e a porta-estandarte. Hoje, uma escola precisa ter pelo menos um casal. Cabe à porta-bandeira conduzir o pavilhão enquanto o mestre-sala faz o papel de guardião. Essa tradição chegou a São Paulo no ano de 1935. Geralmente, a escola de samba apresenta pelo menos mais dois casais de mestre-sala e porta-bandeira, que levam o pavilhão referente ao enredo do samba escolhido para o desfile ou ainda outros símbolos da escola.
2. A escola de samba mais antiga ainda em atividade é a carioca Portela. No dia 11 de abril, comemora-se o Dia da Escola de Samba, em homenagem à fundação do bloco Ouro Sobre Azul, em 1923, que daria origem à agremiação.
3. Em 1969, o Salgueiro anunciou o enredo “Bahia de todos os deuses”. Os torcedores entraram em desespero, pois dizia-se naquela época que enredos sobre a Bahia davam azar. Pior ainda: a escola iria se concentrar do lado direito da Igreja da Candelária, que os sambistas também acreditavam dar azar. As crenças foram por água abaixo. OSalgueiro foi a campeão.
4. No desfile das campeãs de 1970, Nair Pequena, integrante da ala das baianas da Mangueira, morreu em plena avenida.
5. O que significa “Bum Bum Paticumbum Prugurundum”? O nome do samba-enredo do Império Serrano, campeã do Carnaval carioca em 1982, usou uma expressão do compositor Ismael Silva para mostrar como deveria ser a batida do surdo.
6. Num desfile especial, promovido pelo jornal “A Manhã”, na madrugada de 1º de janeiro de 1950, uma passista da Portela deu à luz a uma menina.
7. No Carnaval de 1983, a Caprichosos de Pilares desfilou às escuras. Faltou luz durante uma hora. Suas notas não foram computadas e a escola continuou no Grupo Especial. No desfile de 1984, o primeiro após a inauguração do Sambódromo, o samba da Caprichosos de Pilares dizia: “Nesse palco iluminado / Que um dia por pecado / Se apagou…”. Em 1990, a Santa Cruz também desfilou sem luz no Grupo de Acesso e não foi julgada. A semanas do desfile de 1991, a escola conseguiu na justiça o direito de subir para desfilar no Grupo Especial por conta do incidente. Desfilou e foi rebaixada. A partir disso, o regulamento estabeleceu que, no caso de falta de luz, as escolas devem continuar o desfile. Os jurados devem descer até a pista e a nota é computada. No entanto, isso ainda não aconteceu novamente.
8. Em 1987, a jurada Marina Montini surpreendeu por dar notas abaixo de 6 para todas as escolas e 10 para a Mocidade Independente. Depois, ela explicou a confusão: os jurados de seu quesito, conjunto, deveriam avaliar a SEQUÊNCIA (notas de 3 a 6) e a UNIDADE (notas de 2 a 4) e, a partir da soma, chegar a nota final. No entanto, os critérios de avaliação de sequência estavam na página 26 e os de unidade na página 27. Marina não viu a segunda parte e deu notas apenas de 3 a 6, mas esqueceu de preencher a nota da Mocidade. O locutor Jorge Perlingeiro leu a justificativa, onde ela havia escrito que “tudo estava maravilhoso”, e anunciou o 10.
9. Em 1988, a Vila Isabel encantou o Rio de Janeiro com o histórico “Kizomba, a festa da raça” e faturou o título vencendo o também histórico “100 anos de realidade, liberdade ou ilusão?”. A verde-e-rosa perdeu o título em comissão de frente. Para alguns, a derrota se dá ao fato de que um integrante não desfilou. Quem? Martinho da Vila, autor do enredo e torcedor fervoroso da escola campeã.
10. A modelo Enoli Lara desfilou completamente nua no desfile de 1989 da União da Ilha. Por isso, a partir do ano seguinte, escola com integrantes que mostrem as partes íntimas passaram a perder pontos.
11. No histórico desfile de 1989 da Beija-Flor, “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia”, Joãosinho Trinta foi proibido pela Justiça, através de ação da Igreja Católica, de mostrar seu Cristo Mendigo. Coberto com um saco de lixo, o carro alegórico trouxe a faixa “Mesmo proibido, olhai por nós”. Em 2008, o tambbém polêmico Paulo Barros foi proibido pela comunidade judaica de exibir um carro retratando o holocausto.
12. A rainha de bateria mais jovem da história foi Maria Clara Chaves Fonseca, que com 7 anos comandou a bateria “Furacão Vermelho e Branco”, da Viradouro. Ela é filha do então presidente da escola, Marco Lira. No entanto, não seguiu no cargo após a polêmica internacional de sua aparição. Das que possuem longa história no Carnaval, a mais jovem foi Raíssa Oliveira, da Beija-Flor, que estreou no cargo com apenas 14 anos de idade, em 2003, e permanece no posto até hoje. Raphaela Gomes, rainha da “Fiel Bateria” da São Clemente, também assumiu o posto da escola bem cedo: com 15 anos, em 2014. Filha do presidente Renato Almeida Gomes, ela substituiu a prima Bruna Almeida, que se dedicou à maternidade.
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